domingo, 8 de novembro de 2009

Online Novembro - Erros de português


Erros de Português na mídia impresa:

Pleonasmo vicioso
O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso.
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem.

Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da
capacidade de interpretação textual do emissor. Jornais, por serem uma peça de produção e consumo rápido, acabam por vir cheias de erros de português. Seguem abaixo exemplos publicados na mídia impressa dos jornais do Rio de Janeiro de Pleonasmo Vicioso:

Jornal do Brasil – Erros• A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada ano.
• Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva.

O Globo – Gafes
• Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente.
• Os nossos leitores nos desculparão por esse erro indesculpável.

Ambiguidade

Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase

Ex:
• "Onde está a cachorra da sua mãe?" (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?)

• "Este líder dirigiu bem sua nação"("Sua"? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?).
Obs 1: O pronome possessivo "seu(ua)(s)" gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem. Obs 2: A preposição "como" também gera confusão com o verbo "comer" na 1ª pessoa do singular.

A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem.

Barbarismo
Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula.
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes nomes:
• galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de Gália, antigo nome da França);
• anglicismo, quando do inglês;
• castelhanismo, quando vindos do espanhol;
Ex:
•• Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o mais adequado seria Primeiro-ministro)
• Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)

Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo (ex: "abdômen") quando presente em uma mensagem a um receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia compreender melhor os sinônimos "barriga", "pança" ou "bucho").

Cacofonia
A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exemplos desse fato:
• "Ele beijou a boca dela."
• "Bata com um mamão para mim, por favor."
• "Ela se disputa para ele."
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e "pegadinhas".

Plebeísmo
O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais. Exemplos:
• "Ele era um tremendo mané!"
• "Tô ferrado!"

Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.

Prolixidade
É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas idéias. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor.
A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer.

Solecismo
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo:
De concordância:
• "Fazem três anos que não vou ao médico." (Faz três anos que não vou ao médico.)
• "Aluga-se salas nesse edifício." (Alugam-se salas nesse edifício.)
De regência:
• "Ontem eu assisti um filme de época." (Ontem eu assisti a um filme de época.)
De colocação:

Eco
O Eco (ou rima) ocorre quando há na frase terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
• "Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação."
• "O aluno repetente mente alegremente."
• O presidente tinha dor de dente constantemente.

Colisão
O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denominado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão. Exemplos:
• "Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos."
• "O papa Paulo VI pediu a paz."
Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por outras similares ou sinônimas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário